31/08/2015

CARNAIBA: GRUPO DE JOVENS DO SÍTIO RIACHO FUNDO COMERCIALIZAM ARTESANATO COM SEMENTES

Mulungu, mucunã, olho de pombo, feijão bravo, mucunã preta. Sementes, folhas e frutos da Caatinga com nomes estranhos para muita gente, viram colares, brincos e pulseiras e são fonte de trabalho e renda de jovens do Sítio Riacho Fundo, emCarnaíba (PE). Formado há pouco mais de um ano, o grupo já passou por lutas e vitórias até se organizar na comercialização das chamadas biojoias.

O estudante Edvaldo Moreno, de 20 anos, relembra as dificuldades do início e as que ainda permanecem: “a princípio, o grupo tinha nove pessoas e todos mostravam interesse, mas com o passar do tempo alguns se distanciaram do grupo, uma parte casou, outros viajaram e outros simplesmente desistiram. Até pensamos que o nosso grupo iria acabar, mesmo sem ter começado”.

Foi a partir das oficinas de confecção das biojoias que o grupo passou a acreditar no seu sucesso: “foi com a iniciativa da Diaconia que nos envolvemos no compromisso de ‘botar o grupo pra frente’. Quando houve a oficina, na mesma semana começamos a fabricar mais produtos.”

Os jovens da localidade, que também precisam se deslocar até à cidade para estudar, ainda obtêm renda com outras atividades, como a criação de animais, a agricultura ou o artesanato, caso de Edvaldo. Jovens como Missilene Ferreira e Lyedjo Pereira, anteriormente apoiados pelo projeto Juventude Arte e Cultura (JAC), hoje facilitam as oficinas no manuseio das sementes e ferramentas, como furadeira e tesouras, na atenção aos cuidados ao armazenar e selecionar as sementes, além de dicas úteis, como alternar as cores do colares para dar destaque à peça.

“O acompanhamento dos membros da Diaconia nas reuniões foi fundamental para nossa formação. Eles estavam dedicados em abraçar nossa causa, em tentar mudar nossa realidade de vida e em nos mostrar coisas maravilhosas que possuíamos, mas que desconhecíamos”, comemora Edivaldo.

“Essas atividades são de excelente aprendizado para jovens e mulheres. O grupo mostrou grande interesse participando e criando peças, e já compartilha os conhecimentos entre a comunidade a partir do aprendizado. Outros grupos já querem que aconteça um momento com os jovens e as jovens locais, para atender um número ainda maior”, revela Sandra Rejane Pereira, assessora político-pedagógica da Diaconia no Sertão do Pajeú.

Artesanato e Meio Ambiente - O trabalho com artesanato também fortalece a consciência sustentável dos(as) jovens na relação com a natureza: “é um trabalho artesanal muito legal, pois além de estimular nossa criatividade, contribui para a preservação de diversas árvores nativas de nossa região. Como dependemos dessas árvores para trabalhar, nos preocupamos cada vez mais em preservá-las”, destaca Edivaldo. Os exemplares são produzidos rapidamente e têm tido boa aceitação nos eventos da região, mesmo com o grande desafio do grupo de encontrar pontos comerciais para comercialização fixa nas cidades.

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